quinta-feira, 30 de julho de 2009

UM SONHO, UM CONTO

Eu estou criando um conto medieval, coisa de nerd desocupado, porém, eu apenas tinha criado um pequeno trecho, coisa só para dá um início. Pois bem, ontem eu sonhei com a “continuação” desse meu conto. O engraçado é que os acontecimentos que sonhei cronologicamente acontecem antes do evento da minha história original.


Os nomes que apareceram no meu sonho eu não lembro, porém os detalhes eu tentei ser fiel ao máximo e adaptei algumas coisas para encaixar melhor.

Não reparem se tiver erro, pois de tão empolgado eu escrevi ele o mesmo dia que sonhei e no trabalho :P.

O conto que sonhei chama: A BATALHA DO SUL.

O conto que escrevi antes do sonho se chama: A EMBOSCADA

p.s: Eu sou louco mesmo. :)

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A BATALHA DO SUL


Caminhando para o sul com os meus guerreiros, cerca de 20 mil homens, sendo 5 mil cavaleiros, 5 mil arqueiros e 10 mil que avançaram campo adentro sobre os próprios pés levando consigo espadas, machados e escudos, cada um ao seu gosto. A cavalaria, no entanto, usava espadas e lanças e vinha à frente da marcha junto comigo. E os arqueiros andavam por último no pelotão.


Os guerreiros de meu reino vestiam uma armadura cor de prata, brilhante, tinha detalhes em azul. O elmo era confeccionado em separado por cada guerreiro e o modelo era ao seu gosto. Nosso estandarte era azul com uma grande estrela em branco, essa grande estrela representava nossa querida capital.


Soubemos por nossas sentinelas que a tropa inimiga avançava em nossa direção, para evitar uma batalha em nossos domínios, decidimos então, atentar contra eles antes que chegassem mais perto dos arredores de nossa principal cidade e impedir o genocídio de nosso povo nos vilarejos circunvizinhos. No caminho para o campo de batalha nos encontramos com mais 15 mil soldados que vinham de um reino amigo e vizinho ao nosso. Eu tinha alertado o seu rei sobre o perigo iminente. Esses, porém, não tinham arqueiros em seu contingente, eram 10 mil cavaleiros e 5 mil espadachins. Diferente das minhas tropas, o rei do reino amigo não os acompanhava, pois estava em outra frente de batalha a leste de seu reino.


Os soldados de Russell trajavam uma armadura verde oliva, de brilho semelhante a nossa, todos no peito tinham estampados no peito chamas em amarelo e vermelho. Os elmos tinham um pequeno chifre saindo na parte superior. Seu estandarte era em vermelho puro, como o sangue.


O exército do reino amigo estava sendo guiado por um de seus generais, o mais forte e corajoso entre eles, seu nome era Russell, como todos daquele povo, era mais alto do que o nosso pessoal. Pudera naquela terra éramos os mais baixos. Sua especialidade era a espada, extremamente versátil nesta arte. Seguimos então nosso caminho e partimos ao encontro de nossos oponentes.


A caminhada ainda durou alguns dias e noites antes que nossos espias, que enviei ainda no reino um pouco antes da nossa partida avistaram o exército oponente. Calcularam em torno de 40 mil soldados e inúmeras catapultas de todos os tipos. Decidimos então parar, e descansar pelo menos meio dia, já que o exército inimigo estava ainda bem distante de nós e também estávamos todos fadigados pela longa caminhada.


Depois de descansarmos, partimos para a batalha. Avançando por uma pequena colina ao longe avistamos o inimigo, então, decidimos esperar eles ali mesmo.  Tínhamos a vantagem da surpresa. Posicionamos nossos arqueiros na linha de frente, porém fora do alcance visual do oponente. A cavalaria vinha logo em seguida, só depois vinham os espadachins e os que carregavam os machados.


Já estava entardecendo e o inimigo vinha marchando, cantando as desgraças que seu rei impusera nas terras em que atacava. Nas passadas, eles sempre batiam o pé esquerdo mais forte no chão, isso fazia com que cada passo se transformasse no som de um trovão, pois a armadura que os vestiam sofria uma forte vibração por causa do impacto.


Suas armaduras e elmos eram escuros como a noite, os elmos eram aterrorizantes, pois continham em suas extremidades grandes chifres que também os serviam como arma às vezes. Seus estandartes eram negros com manchas vermelhas, referindo se ao sangue derramado de seus inimigos. Carrancudos, fortes e desprovidos de bondade eram os guerreiros do inimigo. Pelo estandarte vi que não era a falange mais temida do inimigo, mas mesmo assim eram de igual maldade.


E a hora chegou, logo que o inimigo entrou na linha de tiro, ordenei aos arqueiros que começassem o ataque. E logo na primeira flechada já caiu um número grande dos hostis, as poderosas flechas atravessaram suas armaduras, eles estavam de guarda baixa e não ouviram os sons das milhares de flechas, porque o barulho de seu canto e de suas pisadas os ensurdeceram.

Por hora, eles ficaram perturbados e desnorteados, pois devido à colina não conseguiam enxergar o que vinha por trás dela e ficaram sem saber para onde e como revidar.

Depois das rajadas de flechas que derrubaram cerca de 10 mil soldados inimigos, ordenei o avanço de minha cavalaria, e o general Russell fez o mesmo, abrimos frente e fomos ao combate corpo a corpo.


O nosso receio era que eles usassem as catapultas contra nós, no entanto pegamo-los desprevenidos e elas estavam desarmadas. A pequena planície que antecedera a colina e onde o exército inimigo foi pego de surpresa serviu de campo de batalha.


A luta foi feroz. A vantagem que conseguimos com os arqueiros, foi aos poucos perdida, pois o inimigo era forte e se recompôs e começou a nos rechaçar. Com isso ordenei a investida dos espadachins e dos que carregavam os machados. Russell e eu guiamos todos à luta.


O sangue encobriu o campo verde, ficamos duas horas em luta, a noite já se apresentava. Não sei quantos passaram por minha espada, mas só lembro-me de um momento naquela carnificina, à hora em que derrotei o líder da falange inimiga.


Depois de atravessar o campo de batalha, já todo ensanguentado, não por meu próprio sangue, mas o de terceiros, avistei Alêcon, general líder da falange. Fui ao seu encontro e começamos a lutar. Ele era bem maior do que eu, pois como já relatei meu povo não tinha boa estatura, porém não tão esperto como nós. Ele veio e lançou um golpe com a espada, consegui me esquivar e antes de me recompor ele desferiu seu segundo golpe, uma investida com a espada que veio da direita para a esquerda a altura de meus ombros. Consegui abaixar, me livrei do golpe e antes que ele retomasse a posição de ataque lancei meu machado sobre ele. O machado não poderia ter melhor sorte, fincou em sua garganta que era uma parte que ficava sem proteção do puro aço e nem nenhuma malha de aço conteria a poderosa lamina do meu machado.


Alêcon caiu morto, eu fui ao seu encontro e peguei de volta o meu estimado machado que me salvara em mais uma batalha. Depois disso, os guerreiros inimigos se amedrontaram e os poucos que restaram recuaram e voltaram de onde vieram.


Já nesse instante, próximo ao fim da batalha, chegou a mim uma atalaia de meu reino, seu nome era Alfrod, que viera seguindo os meus passos. Então ele me disse – Senhor de Oceanus, dois dias após sua saída à guerra, recebemos a informação de outra investida contra nosso reino ao norte – acabando de me dizer isso, apressadamente informei aos de confiança que precisaria ir por imediato ao reino e averiguar tal informação.


Deixei os ali, ordenei-lhes que destruíssem as catapultas, recolhessem as armas inimigas, queimassem os corpos dos amaldiçoados e enterrassem nossos guerreiros mortos na batalha. Então, informei ao general Russell o que estava acontecendo e ele me disse que também já estava voltando ao seu reino.


Partir por imediato ao meu reino. Um sentimento de tristeza, alegria, esperança e ansiedade me corroíam, pois perdi grandes soldados na batalha, porém saímos vitoriosos, estava contente por conter parte dos anseios do inimigo e muito preocupado com a notícia que chegara a mim.




A EMBOSCADA


Voltando para casa, logo após a sangrenta batalha, acabei por cair em uma armadilha forjada pelos meus inimigos. Inesperadamente, na velha estrada principal que leva ao meu reino, um lugar que considerava ainda seguro, veio em minha direção um guerreiro e antes que ele concluísse seu golpe contra mim, feri seu peito com o meu machado e ele pôs a agonizar no chão de terra vermelha.


Depois disso surgiram mais três guerreiros, que estavam atrás de árvores ao lado da velha estrada. Eles vieram enfurecidos, pois viram o que eu fizera com seu amigo. Eram três bons guerreiros contra um. Todos bem armados e descansados, ao contrário de mim, pois estava voltando de uma grande batalha ao sul, onde meu exército saiu vitorioso, no entanto, todos nós saímos fadigados e tivemos um grande número de baixas.


Desci do meu cavalo, pois não me pareceu bom ficar em cima dele enquanto três guerreiros cercavam a mim e a meu cavalo e eu não iria fugir a galopes, prefiro morrer lutando a viver se escondendo. O primeiro dos três a me atacar destruiu meu escudo (que já estava em mau estado por causa da última batalha) com uma maça, senti o golpe e recuei. O segundo usou sua espada, mas consegui me defender do golpe interceptando sua espada com o meu machado. Ali eu usei minha última força. Já esperava a morte pelas mãos do terceiro guerreiro, quando ao fundo ouvimos passos de uma cavalaria que avançava em nossa direção.


Assustados os meus inimigos recuaram ao ver erguido o estandarte do exército de um dos meus aliados, era Russell, voltando do campo de batalha, uma boa notícia. Os meus três quase algozes preferiram recuar por imediato para não enfrentar os guerreiros, subiram em seus cavalos que estavam bem escondidos atrás de grandes árvores e logo partiram em direção a oeste. Típico desse povo, aonde a covardia e o egoísmo é maior que a sua honra e o seu nome.


Eu estava voltando ao meu reino, talvez em meu íntimo soubesse que aconteceria algum tipo de atentado longe dos campos de batalha, afinal, a honra passa longe do caráter do oponente e eu sou o rei e a minha morte pode significar a vitória de meus inimigos. Estava bem à frente do meu exército, cavalguei apressadamente, pois ouvi rumores que os opositores de meu povo estavam marchando em direção ao meu reino.


Causou-me certa estranheza perceber que os que armaram essa emboscada sabiam que eu saí da batalha ao sul sozinho e tinham o conhecimento do caminho que eu escolhi, poucos detinham essa informação. Mas, não comentei isso a ninguém preferi guardar essa indagação nos meus pensamentos, cedo ou mais tarde descobrirei o traidor do reino.


Russell com seus cavaleiros perseguiram os três e os mataram antes que eles chegassem ao seu destino. Depois disso marchamos por três dias e três noites até nos separarmos, o exército aliado voltou ao seu reino. Mesmo assim, foram cinco dos guerreiros comigo, passou mais dois dias e uma noite até chegarmos a meu reino, Oceanus, onde me convinha ser o rei. Era noite quando entramos pela porta sul, a porta das luzes, porque ali se guarda a luz que ilumina todo reino.


As nossas sentinelas haviam avistado cerca de 5 mil inimigos próximos a entrada norte de Oceanus, considerando isso, eram poucos soldados para uma invasão efetiva. Mas, de maneira alguma nós subestimaremos a quem nos quer ver mortos e por isso reforçamos a guarda interna e fortificamos lugares estratégicos fora de nosso reino para não sermos surpreendidos.


Espero em breve que toda essa loucura acabe e que meus opositores sejam subjugados debaixo dos meus pés e que a nossa terra volte a respirar o ar da paz e da prosperidade.


Diário do meu reinado, Azaghâl, ano 15

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