AVATAR - O FILME

NÃO contém spoiler

Depois de muita luta, consegui meu ingresso para ver Avatar em 3D, fui comprar para a sessão das 18h40, no entanto, cheguei às 14h no cinema e o ingresso já havia esgotado, fui obrigado a comprar para a sessão das 21h40, por conta do horário saí do cinema mais de meia noite, mas valeu o esforço por assistir a maior obra prima visual do cinema de todos os tempos.

Avatar é sem dúvida uma r-evolução no modo de ser fazer e vender cinema, a interação entre espectador e o filme é única nesta produção de James Cameron. Eu me senti parte dos acontecimentos, as animações estavam perfeitas, eram reais, tinham vida, parecia que elas existiam de fato.

No texto que escrevi antes de sair Avatar, eu temi pela falta de carisma dos seres azuis, os Na´vi, porém, a perfeição foi tanta que logo de cara criei uma admiração por eles. Eram reais, tinham sentimento e transmitiam emoções, coisa que muito filme live action não consegue fazer.

À noite em Pandora é mágica, o que são aquelas plantas que brilham? Fantástico. O céu também é algo a se exaltar. Perfeição de detalhes, cada planta, cada folha parecem vivas e se interagem com o cenário/personagem/história. A mensagem do filme é clara, “Cuide de seu Planeta”. Aquele mundo, Pandora, é real, não resta à menor dúvida sobre isso. Vale ressaltar a excelente trilha sonora e efeitos sonoros que também dão vida ao mundo dos Na´vi.

Todavia, o filme não é uma obra perfeita por completo. James Cameron pecou e muito no roteiro. Se o filme fosse produzido com uma tecnologia comum, eu com certeza o acharia apenas mais um filme, o que sustenta a grandiosidade da película são os efeitos visuais, pois se dependesse do roteiro a produção do mesmo seria um fracasso.

A idéia central é boa. Humanos invadindo um mundo para conseguir algo precioso não é inovador, porém é interessante. Mas, a maneira que ela foi colocada e desenvolvida no roteiro ficou simples e até mesmo vazia.

Quantos filmes nós vemos que usam esta sequência de ideias: A mocinha não gosta do mocinho a primeira vista, a mocinha é filha do líder do grupo, a mocinha depois se apaixona pelo mocinho, o mocinho também conquista parte do grupo em que a mocinha convive, no entanto, sempre tem um destemido guerreiro que não vai com a cara do mocinho e o tenta prejudicar, logo em seguida, algo destrói a confiança da mocinha com o mocinho, o mocinho é banido do grupo de convívio da mocinha, o mocinho depois prova seu valor e reconquista a mocinha, também fica amigo do guerreiro que o perseguia, muitas vezes esse ex-guerreiro opositor morre e esse mocinho que não fazia parte daquele grupo assume o lugar de líder, há sim, quase me esqueci, esse mocinho é o “salvador”.

Tem mais repetições de roteiro, mas esse é o principal.  Sim, esta é uma parte da jornada do herói, que eu adoro, mas a fórmula ficou muito explicita, um roteiro pobre, sem criatividade. James Cameron arriscou no mais difícil, que foi criar uma nova tecnologia, mas foi extremamente conservador no roteiro. O roteiro, diferentemente dos efeitos visuais não revolucionou, ou mesmo criou uma marca própria.

Cito dois exemplos de filmes que arriscaram no roteiro e foram excelentes: District 9 e Bastardos Inglórios, eles, claro usaram muito das fórmulas hollywoodianas, no entanto foram originais, arriscaram uma história diferente.

A interpretação dos atores e as animações não comprometeram, foram muito boas, fiquei impressionado com o tamanho da emoção que os Na´Vi transmitiam. Para concluir digo que o filme é único, e tem que ser visto no cinema, na tela grande e de preferência em 3D. Tive receio também pelas quase 3h de filme e que ele em certas situações ficasse entendiante, mas não tem como se entediar naquele mundo, a experiência visual deve ser apreciada a cada segundo. Por isso, as falhas de roteiros são recompensadas com o visual incrível do filme, eu vi legendado, mas recomendo ver dublado, a legenda às vezes atrapalha algumas cenas. Quem sabe aí esta uma solução para a pirataria, este é um filme de cinema. Obrigado, James Cameron pela maior experiência visual cinematográfica da história. Por isso tudo eu vou dar NOTA: