terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

APRESENTAÇÃO + O PODEROSO CHEFÃO

Apesar do meu nome estar figurando na lista de colaboradores há algum tempo esse é o meu primeiro post. Minha ideia aqui no Cinema em Séries é fazer uma "coluna" basicamente dedicada à resenhas e textos não muito longos sobre filmes e cinema. Algo dinâmico e que atenda os mais diferentes gostos, indo do Clássico ao Lançamento, do Cult ao Blockbuster.


O padrão dos meus posts vai ficar claro conforme eu poste mas não é nada de mais, um texto médio abordando a obra e uma nota de 0 a 10 no fim (nada muito elaborado, não levem a sério demais a parte da nota) e sempre que possível também vou tentar ir além do filme e contar um pouquinho da história da sétima arte através das minha resenhas.


E para começar em grande estilo escolhi um dos meus favoritos, um legítimo clássico, o filme iniciou a saga dos Corleones e a trilogia mais aclamada da história do cinema, O Poderoso Chefão.


Dirigido e escrito por Francis F. Coppola em parceria com o escritor Mario Puzo. Lançado em 1972 , The Godfather tem 175 minutos e tem no elenco Marlon Brando, Al Pacino, Robert Duvall, Diane Keaton entre outros. Vencedor do Oscar nas categorias Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Ator (Marlon Brando). Ainda fora indicado a Diretor (Francis F. Coppola), Ator coadjuvante (Al Pacino, James Caan e Robert Duvall), Figurino, Edição, Canção e Som.



Eu não lembro a última vez que você tenha me convidado para tomar um café em sua casa, e nem mesmo convidou minha esposa para ser madrinha de sua filha. Mas agora você vem até mim e diz “Don Corleone, eu quero justiça”. Mas você não pede com respeito. Você não oferece amizade. Você nem mesmo pensa em me chamar de Padrinho. Ao invés disso, você entra na minha casa, no dia do casamento de minha filha e me pede pra matar por dinheiro.


É assim que somos apresentados a Don Corleone, personagem central interpretado por Marlon Brando em uma das atuações mais humanas e sinceras que eu já vi. O tom de voz, cada gesto, cada trejeito e cada palavra faz você acreditar em Don Vito Corleone. Faz você ver além do mafioso, além d’O Poderoso Chefão, você vê um homem, sensível e tão humano quanto qualquer outro. Romantização do crime? Talvez. Mas quem liga, é tanta beleza concentrado, num trabalho tão bem realizado, não há como se incomodar com isso.


Creio que nunca antes ou depois o cinema viu tantas atuações masculinas tão boas juntas, Al Pacino, Robert Duvall e James Caan igualmente perfeitos, cada um dentro do seu papel. James Caan dá vida ao temperamental e inconsequente Santino "Sonny" Corleone, o filho estourado e que não puxou ao pai, incapaz de raciocinar e depois agir, passional e ainda assim carismático. Robert Duvall é Tom Hagen, o filho adotivo, esforçado e centrado, braço direito de Don Vito porém com funções limitados devido à sua origem escocesa e, enfim, temos Al Pacino que é Michael Corleone o filho que optou por seguir um caminho diferente, longe do crime e talvez o que o filme tenha de mais sensacional é exatamente o lento processo de transformação de Michael de bom moço – “Eu nuca vou ser igual a ele” – a Don Corleone, tendo seu ápice na cena final na crueza em que ele olha nos olhos de Kay Adams (Diane Keaton) e diz “Não” sobre ele ser responsável pela morte de Carlo Rizzi (Gianni Russo), marido de sua irmã e pai do seu sobrinho que ele batizara pouco antes.


Coppola ainda dirige algumas das sequencias mais memoráveis do cinema fazendo com que o primeiro assassinato de Michael no restaurante gere uma tensão louvável e faz da sequencia final do batismo um momento sublime daqueles que você assiste de pé, sendo o modo como foi filmado, montado e editado uma aula.


De resto dá pra dizer que assistir The Godfather é mais do que assistir uma das maiores obras da história do cinema é um daqueles casos que tudo está onde devia estar, ou melhor, que tudo, cada pequeno fator deu perfeitamente certo, se trata de uma obra que dá sim para dizer que é perfeita em cada frame. Não há diálogos desnecessários, não há nesses 175 minutos uma cena que não valha a pena ser vista. Cenários, figurino, fotografia tudo junto culminou nesse monstro do cinema, monstro do entretenimento, monstro da cultura moderna que é O Poderoso Chefão.


Nota: 10


:D

3 comentários:

  1. Bem vindo Michael :)

    Caraca, sensacional analise nesse monstro que é O Poderoso Chefão, e é por isso que as vezes fico triste vendo filmes tecnologicamente perfeitos, mas sem conteúdo ganhando prêmios por aí.

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  2. [...] Uma excelente análise do filme O Poderoso Chefão SHARETHIS.addEntry({ title: "A MÁFIA", url: "http://balburdiasa.com.br/2010/02/23/a-mafia/" }); [...]

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  3. Não vou ler a resenha porque não vi o filme. A propósito, preciso providenciar isso o quando antes, é vergonhoso eu me considerar um cinéfilo com esse "buraco" na minha filmografia...hehehe

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